Ambiente com escassez de oxigénio, torna o treino de musculação mais eficiente

Treinar num ambiente escasso em oxigênio, irá, provavelmente, proporcionar mais resultados em termos de desenvolvimento de massa muscular ao longo do tempo, do que treinar num local onde existe oxigênio suficiente no ar. Estas foram as afirmações dos cientistas de desporto do Instituto Japonês de Desporto e Exercício, num artigo que irá ser publicado em breve em “Medicine & Science in Sports & Exercise”. A combinação do treino de musculação com a escassez de oxigênio provoca um aumento da produção de hormona de crescimento.

O aparelho “Hypoxico Hyp-100″.

Durante anos, os cientistas japoneses têm estudado os efeitos da supressão do fornecimento de oxigênio aos músculos, através da redução da circulação do sangue. Este método chama-se “Treino Kaatsu”. De acordo com os estudos, o treino kaatsu produz um estímulo anabólico superior ao normal.

O efeito do treino kaatsu é tão grande que, utilizar pesos a 30 da sua 1RM, cria um estímulo hormonal anabólico, que é comparável ao de um treino sério a 80% da sua 1RM.

Os investigadores pretendiam saber se poderiam criar um efeito semelhante, colocando voluntário a treinar num ambiente onde estivesse presente uma máquina que reduz os níveis de oxigénio. Para o efeito, utilizaram uma máquina, a “Hypoxico Hyp-100”.

Os 12 voluntários eram homens com cerca de 30 anos, sendo que todos eram praticantes regulares de musculação. Os investigadores colocaram-nos a realizar 5 séries de supino e 5 séries de prensa de pernas a 70% das suas 1RM.

Numa ocasião, os voluntários treinaram em condições atmosféricas normais [NR], e noutra ocasião, treinaram num ambiente derivado de oxigênio [HR]. Nas condições [HR], os voluntários produziram mais ácido láctico e hormona de crescimento, tal como se pode verificar abaixo. A área cinzenta, representa o treino de musculação.

Tabela 1

Os investigadores também mediram os níveis de Cortisol, IGF-1 e Testosterona dos voluntários. Treinar na atmosfera normal ou derivada de oxigênio, não teve qualquer efeito na produção dessas hormonas.

Treinar numa atmosfera muito pobre em oxigênio, pode também acelerar a perda adiposa. Pelo menos, o efeito das hormonas estimulantes adrenalina e noradrenalina parece sugerir isso. Essas hormonas forçam as células adiposas a libertar o seu conteúdo na corrente sanguínea.

Tabela 2

Os investigadores concluíram que:

O treino de musculação num ambiente de hipoxia sistêmica, provocou uma maior acumulação de ácido láctico, e uma maior resposta da hormona de crescimento, os nossos dados sugerem que a hipoxia, é um potente fator no potenciamento da resposta anabólica ao treino de musculação.